A possibilidade de criar bebês menos suscetíveis aos “perigos” mundanos já foi tema das obras de Hollywood. No filme “Gatacca – A experiência genética”, por exemplo, feito antes dos anos 2000 por Andrew Niccol, mostrava-se uma realidade em que pessoas geneticamente preparadas disputavam espaço com humanos “naturais”. E, claro, criava-se um contexto de verdadeiro apartheid genético, em que humanos “de laboratório” acabavam vencendo.
A revista Superinteressante deste mês traz esse tema à pauta, com um diferencial em relação ao filme: da ficção, tais possibilidades chegam à vida real. Diz a publicação que “eles serão projetados por cientistas, terão imunidade contra doenças e a aparência que os pais escolherem. Conheça os bebês de laboratório – porque um dia você vai ter um. E eles já começaram a nascer”, convida a revista.
Levanta-se aqui uma enorme discussão ética. Seria a busca por filhos ditos “perfeitos” uma causa relevante para nós? Considerando efeitos nocivos da superproteção que muitos pais de hoje adotam para educar seus filhos, a possibilidade de criar bebês programados em laboratório não seria um passo ainda mais perigoso?
O autor da Metodologia OPEE, prof. Leo Fraiman, comenta sobre isso. “É justamente esse desejo de ter mais, ser mais e poder mais que tem levado nossas crianças e adolescentes a sentirem que o mundo lhes deve. Precisamos menos de seres perfeitos e mais de educação para lidarmos com as frustrações da vida real, que tanto nos ensinam. Na tentativa de blindar a vida dos filhos, os pais lhes tiram o mérito de fazerem por si. Nem Deus, o todo poderoso, nos deu tudo... Justamente por crer que devemos nos lapidar e, nos momentos em que fazemos as coisas com amor, trazermos luz e divindade à vida.”
VOCÊ, PROFESSOR, o que pensa sobre a busca pela perfeição na sociedade, que se vê em inúmeras manifestações humanas? Você busca um aluno perfeito? Ou estimula que ele aprenda a evoluir por meio da superação constante?
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